quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Pirulitos contaminados com vírus da catapora são vendidos nos Estados Unidos.


O intuito da comercialização é transmitir o vírus de uma criança para outra para que elas fiquem imunes à doença no futuro

Nádia Mariano

  shutterstock
Você compraria um pirulito lambido por uma criança com catapora e daria a seu filho? Pode parecer loucura, mas alguns pais americanos fizeram isso com o intuito de infectar seus filhos para que eles fiquem imunes à doença no futuro. A comercialização dos doces contaminados era feita por meio de uma página no Facebook, a Find a Pox Party in Your Area (algo como Encontre uma Festa da Catapora no Seu Bairro), que foi tirada do ar após a repercussão negativa da prática na imprensa.

A história funcionava assim: os pais entravam na comunidade virtual e ofereciam ou encomendavam doces ou peças de roupas infectadas, que eram enviadas pelo correio. Mas será que isso realmente faria algum sentido? “O vírus da catapora é extremamente sensível, o armazenamento inadequado o inviabilizaria, assim como o envio pelo correio”, diz Edmilson Migowski, infectologista pediátrico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O especialista alerta, ainda, quanto aos riscos desse método perigoso: “A saliva pode transmitir outras doenças, como a hepatite”.

A melhor forma de proteger as crianças é a vacina. Ela não é distribuída na rede pública. Nas clínicas particulares, custa, em média, R$ 160. “Essa vacina está no mercado há anos, é segura e eficiente. O envio de saliva não passa de uma loucura”, diz Marcos Lago, membro do departamento de infectologia da Sociedade Brasileira de Pediatria.

Seguindo a mesma linha de infectar as crianças como forma de imunizá-las, uma outra comunidade do Facebook, com nome semelhante à dos pirulitos, Find a Pox Party Near You (algo como Encontre uma Festa da Catapora Perto de Você), promove o encontro de crianças saudáveis e contaminadas para promover o contágio do vírus da doença.

Essa prática foi muito usada no passado, antes do surgimento da vacina. Você deve se lembrar que antigamente era comum os pais deixarem os filhos próximos para que todos pegassem a doença. Mas o especialista alerta: “Dessa forma a criança pega a catapora, mas pode ser perigoso, porque a quantidade de vírus aumenta quando é transmitido de uma pessoa para a outra”, afirma Lago. Além disso, vale lembrar que, quando uma criança toma a vacina contra a catapora, caso ela pegue a doença (o que é raro), será de forma mais branda. Muito melhor assim, não?
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